terça-feira, 15 de setembro de 2015

A Cidade Das Almas Perdidas

Daniel estava no meio de uma viagem com sua família quando o motor do carro em que estavam fundiu.
Ele parou o carro no acostamento e tentou chamar um guincho, mas o seu telefone celular não dava sinal.
Daniel e sua família ficaram parados por mais de duas horas, e nesse tempo todo, não passou nenhum outro carro pelo local.
O ponto da estrada em que pararam ficava muito longe da cidade e era cercado por muita vegetação e muitas árvores, a maioria delas enormes.




Só depois de muito tempo, notaram que escondida entre a vegetação, havia uma placa que dizia: XXX 1,5 KM, e havia também uma pequena estrada de terra adentrando a mata.
Liza, esposa de Daniel, decidiu seguir a trilha para ver se encontrava alguém para ajudá-los.
Ela acreditava que aquele caminho a levaria até algum lugar habitado. Então, Liza pegou seus dois filhos e começou a andar pela trilha, enquanto Daniel ficou no carro esperando, caso alguém passasse pela estrada.
O tempo foi passando e nenhum outro carro trafegou por ali.

Daniel foi ficando preocupado com sua família e tentou ligar para Liza, mas o celular continuava sem sinal.
Percebendo que logo escureceria, Daniel decidiu pegar o caminho e ir atrás de sua família.
Ao chegar no final da trilha, Daniel avistou uma cidadezinha, e quando se aproximou, notou que ela estava totalmente abandonada.
Várias casas, comércios e até uma igreja estavam bastante deteriorados, como se a cidade estivesse abandonada há muito tempo.
Daniel começou a andar pelas ruas chamando pelo nome de sua esposa, mas não obteve nenhuma resposta.

O silêncio era perturbador, o único som que Daniel escutava era o som de seus passos nas ruas empoeiradas daquela estranha cidade.
Cada minuto que passava, Daniel ia ficando mais preocupado, ainda mais porque logo a noite chegaria.
Daniel encontrou o que parecia ser um bar, o estabelecimento estava com a porta aberta. Ao entrar, Daniel sentiu um forte cheiro de comida estragada.
No balcão, havia um prato ainda com comida e também vários copos, a maioria deles com bebidas.

Nas mesas, havia garrafas, copos, jornais e até um jogo de baralho.
Era como se as pessoas tivessem sumido de repente, deixando tudo o que estavam fazendo, deixando todas as coisas no lugar, no exato momento em que desapareceram.
Daniel saiu do bar sentindo enjôo devido ao cheiro desagradável, e no momento em que passava em frente a uma casa, começou a ouvir a voz de seu filho, mas não dava para entender o que ele dizia.

Daniel, confuso, ficou em frente a casa chamando pelo seu filho, mas ele continuava falando como se conversasse com alguém, sem responder ao chamado de Daniel.
Preocupado, Daniel começou a bater na porta da casa, mas tudo continuou como estava.
Ele continuava a ouvir o som da voz de seu filho sem compreender o que ele dizia.
Daniel decidiu forçar a porta até arrombá-la.

Ao entrar, Dave encontrou a casa na mesma situação do bar.
Na sala, roupas e chinelos, e na cozinha, panelas com comida, a mesa com copos e pratos.
Tudo largado. A voz de seu filho vinha do andar de cima.
Então, Daniel subiu as escadas rapidamente, e quando chegou lá em cima, ele encontrou dois quartos com as portas abertas.
No primeiro, apenas uma cama com os lençóis e cobertores revirados e um guarda-roupa velho.
No segundo levou um susto ao ver um homem sentado na cama com as mãos no rosto e os cotovelos apoiados nas pernas.
Daniel reparou que havia marcas de sangue no chão e nas paredes.

Daniel foi se afastando devagar, até que, o homem percebeu sua presença e levantou rapidamente da cama.
Ele estava com diversos ferimentos pelo corpo, e sangrava muito pela boca e nariz.
O homem, com uma voz estranha e rouca, pediu para que Daniel fosse embora.
Daniel desceu as escadas rapidamente e correu para fora da casa.
Ao passar pela porta da frente, ela foi fechada violentamente.

Alguns segundos depois, Daniel começou a ouvir a voz de Liza chamar por ele.
Daniel seguiu o som da voz e percebeu que ele vinha da velha igreja.
O portão estava aberto. Mesmo confuso e com muito medo, Daniel entrou, mas a porta de entrada da igreja estava trancada.
Ele reparou que nessa porta havia uma espécie de símbolo com alguns dizeres estranhos.

Daniel lembrou que também viu esse símbolo no bar e na casa que ele havia entrado.
A voz de Liza continuava a chamar por Daniel, que mesmo assustado, pegou um corredor que ficava entre o muro e a parede lateral da igreja e seguiu até os fundos.
O corredor também continha um enorme rastro de sangue que ia até o jardim nos fundos da igreja.
Encostada a uma pequena árvore, havia uma velha senhora, com os cabelos bem compridos e grisalhos, que em sua mão esquerda, segurava o pedaço inferior de um braço.
Ela parecia mastigar alguma coisa.
A velha se levantou e começou a ir em direção ao Daniel, ela também estava com uma aparência assustadora.
Daniel correu e a velha foi atrás dele gritando assustadoramente.

A velha corria muito rápido pela idade que ela aparentava ter.
Depois de correr por alguns metros, Daniel conseguiu se livrar da velha.
Por essas horas já estava começando a escurecer, e Daniel, desesperado e sem saber o que fazer foi indo em direção à saída da cidade.
Foi nesse momento que ele viu a luz de uma lanterna vindo pela estradinha.
Daniel foi se aproximando aos poucos e viu que a lanterna era de um policial.

O policial levou um susto quando viu Daniel se aproximando, e quase deu um tiro se Daniel não gritasse.
O policial disse que viu o carro parado no acostamento e decidiu investigar.
Daniel contou tudo o que havia ocorrido, e pensando que o policial discordaria dele, se enganou.
O policial contou que há muito tempo naquela cidade, havia uma seita de adoradores do diabo, e que houve muitos assassinatos e suicídios, mas não sabia como todos os moradores sumiram.

Esse policial acreditava que essas pessoas foram punidas, receberam um castigo pelas atrocidades que elas faziam, e hoje seus espíritos sofridos vagam pela cidade.
O policial também disse que foi um erro não ter demolido toda a cidade, e que a família de Daniel não foram às primeiras pessoas a desaparecerem.
Enquanto voltavam para a estrada, o policial mostrou um cemitério que ficava no meio da mata, onde os corpos dos executados eram enterrados.

Foi nesse momento que os dois começaram a escutar sons de passos vindo pelo caminho, saindo da cidade em direção a eles, foram se aproximando até que o policial, conseguiu com sua lanterna, clarear o que estava perto deles.
Eram várias pessoas, todas elas com aparência medonha, olhos avermelhados, corpos esqueléticos e com ferimentos sangrando sem parar. Daniel e o policial correram em direção a estrada, e foram perseguidos por aquelas pessoas até chegarem ao carro de policia.
Ao entrarem no carro, as pessoas o cercaram e ficaram batendo no vidro.

Desesperado, o policial ficou acelerando durante alguns segundos até conseguir se livrar, e sair atropelando algumas daquelas pessoas. Aterrorizado, o policial não conseguiu controlar o carro e acabou batendo alguns metros adiante.
O carro capotou várias vezes.

No dia seguinte, encontraram o carro da policia todo amassado com marcas de sangue em forma de mãos humanas nos vidros e o carro de Daniel estacionado a beira da estrada.
Havia também marcas de sangue no asfalto como se alguém tivesse arrastado corpos de pessoas para dentro da mata.
As autoridades que sabiam do fato, arrancaram a placa e cobriram todos os vestígios da estradinha que levava até aquela cidade, para que ninguém mais fosse até lá.




Fonte : Psicológico Macabro

Nenhum comentário:

Postar um comentário